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LAVA JATO | A Polícia Federal como ‘braço armado’ da arbitrariedade de Moro e de seus seguidores

Há alguns meses o que mais se evidenciava quando tratávamos de denunciar a ação das polícias brasileiras eram notícias diárias sobre ações repressivas das polícias civil e militar na periferia ou nas manifestações de rua. Porém, agora são as ações da Polícia Federal que tomam a cena nos noticiários como protagonista e braço armado de um setor da política brasileira atuante quase como um ‘partido judiciário’ que, junto com o juiz Moro a as associações de policiais federais, emergem com um discurso reacionário cada vez mais atrativo para os setores mais abastados e de direita da população.

terça-feira 22 de março de 2016 | Edição do dia

A Polícia Federal também traz na sua essência o papel de instituição repressiva do estado, ainda que maquiada pela legislação ou pelo status que gozam seus membros, é conhecida como uma polícia de cunho mais técnico e sofisticado que as demais, porém ainda assim não é menos reacionária por ter como ‘missão’ o suposto patrulhamento de capitalistas corruptos e corruptores já que, como temos visto na operação ‘Lava-Jato’, quando se trata de corrupção, as várias frações burguesas seguem envolvidas até o pescoço, ainda que divididas pelos interesses.

Soma-se a este setor reacionário a cobertura apelativa da mídia que alça a figura de um ‘justiceiro da ética’ como o juiz Sergio Moro, e temos a ‘novidade’ vendida massivamente para a parcela mais conservadora presente nas ruas pedindo desde o impeachment até ‘intervenção militar’.

Atingido, governo chegou a ameaçar com mudanças na direção da PF mas se viu obrigado a recuar.

O ministro da justiça de Dilma, Eugenio Aragão, nos últimos dias chegou a anunciar em entrevista para a Folha de S Paulo que a diretoria-geral da polícia federal seria totalmente substituída caso fosse constatados ‘vazamentos’, ainda que sem provas, já que a PF é submetida ao ministro. Mas mesmo tendo este poder, a repercussão da possível demissão de Leandro Daiello da diretoria-geral da PF causou protestos das Associações de policiais e dos delegados da PF contra o ministro e sua declaração que soou para eles como ‘intervenção política’ do governo contra a gestão da PF e diante da ptrf o ministro se viu obrigado a recuar. Este recuo acabou expondo as reivindicações deste setor reacionário, entre elas a de mais autonomia para a PF encorajando os policiais a organizarem manifestações em grandes centros com abaixo-assinados.
Neste contexto, percebe-se um alinhamento entre a força policial e os objetivos também claramente políticos dos que atuam como ‘partido do judiciário’ e que vêm tentando emergir como árbitros da crise, evidenciada na esfera das guerras de processos e ações judiciais entre os setores burgueses dominantes e seus partidos (PT, PSDB, PMDB, etc) envolvidos com mil laços com a própria lava-jato e outros escândalos de corrupção.

Ou seja, foi justamente a falta do controle que o governo acreditou que tinha outrora sobre essas instituições que o fez de vítima de uma réplica de ‘intervenção política’ aos moldes do judiciário que deixou o ministro da justiça praticamente de mãos atadas.

Nenhuma confiança neste poder judiciário burguês ou no seu braço armado que é a PF!

A operação Lava-Jato tem se mostrado cada vez mais como uma operação de corruptos caçando corruptos – ainda que nitidamente haja uma seleção de corruptos menos investigados e ameaçados que outros como os do PMDB e PSDB conforme convém a Moro e a cúpula da PF momentaneamente. São os mesmos que definem que partes da constituição seguem ou não em cada processo. Acusam o governo de infringir ‘intervenções contra a autonomia da PF’ como se fosse ‘ataque ao estado democrático de direito’ que nem mesmo este setor defende de fato, haja visto os seguidos ataques aos direitos civis desmantelados na crise.
A PF tem se esforçado para ter mais autonomia, ou seja escapar de qualquer controle por civis. Participa das manifestações da direita montando uma tenda para coletar assinaturas por uma emenda constitucional para que nenhum civil a controle, só ela mesma.

Faz-se necessária a discussão sobre os ‘superpoderes’ que estes privilegiados têm conquistado cada vez mais conforme a crise política evolui. Assim como apontar a necessidade da dissolução da Polícia Federal que nada mais é que uma instituição viciada a seguir relações políticas escusas, servindo como um aparato repressor de acordo com os interesses da fração burguesa que a gestiona naquele momento, ou seja, nada tem a ver com os interesses dos trabalhadores e o povo.

Chamamos a impulsionar um movimento contra os ajustes e a impunidade que com a força de sua mobilização imponha uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que medidas
baseadas no voto popular imponham um controle democrático frente aos privilégios, tanto de parlamentares, como membros do judiciário e delegados federais que enriquecem como verdadeiros parasitas ao se alimentarem de um regime em frangalhos ainda que a mídia ironicamente os venda como ‘heróis nacionais’!

Que através de eleições estes e demais cargos públicos sejam de mandatos revogáveis, sem privilégios e com salários iguais aos dos trabalhadores comuns, como o das professoras, por exemplo.




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