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Geração U | 75% dos norte-americanos apoiam a sindicalização dos trabalhadores da Amazon

Uma nova pesquisa mostra que a grande maioria dos entrevistados, especialmente jovens e pessoas negras ou latinas, apoiam as lutas de sindicalização dos trabalhadores da Amazon. Esse entusiasmo crescente ocorre no contexto da recente vitória dos trabalhadores da Amazon em Staten Island (NY).

quinta-feira 21 de abril de 2022 | Edição do dia

Em uma pesquisa recente com quase 2.500 norte-americanos, 75% dos entrevistados concordam com os trabalhadores da Amazon, que dizem que "precisam de representação sindical para melhor segurança no emprego, remuneração e condições de trabalho seguras", demandas listadas na página do site Amazon Labor Union. A pesquisa, realizada no início deste mês pela plataforma More Perfect Union, constatou que o apoio à sindicalização foi significativamente mais popular (aproximadamente 20% a mais) do que o argumento dos patrões de que os trabalhadores não precisam de sindicato, porque já têm um bom salário e benefícios.

O apoio à sindicalização dos trabalhadores da Amazon foi maior entre os jovens pesquisados, com 83% dos americanos entre 18 e 34 anos concordando com o argumento do sindicato, seguido por 80% das pessoas entre 35 e 49 anos. O entusiasmo pela sindicalização não é surpreendente, considerando o fato de que os jovens têm alguns dos empregos mais precários e foram moldados pela experiência de múltiplas crises econômicas, o movimento Black Lives Matter e a pandemia. Em setembro, a Gallup informou que o apoio aos sindicatos entre norte-americanos de 18 a 34 anos era de 77%.

Mas esse apoio não se limita aos progressistas: até mesmo a juventude conservadora da classe trabalhadora está demonstrando interesse no movimento sindical. 71% dos eleitores de Trump com idades entre 18 e 34 anos disseram que os trabalhadores da Amazon precisavam de um sindicato, enquanto 66% dos apoiadores do ex-presidente com idades entre 35 e 49 anos concordaram com o sentimento. Esses números são uma expressão da profundidade da luta pela sindicalização da classe trabalhadora norte-americana, que experimentou um forte declínio sindical durante a ofensiva neoliberal.

Jovens, um espectro multiétnico, assim como a comunidade LGBTI+, têm sido protagonistas de muitas das recentes lutas pela sindicalização em todo o país. A pesquisa mostra que o apoio à sindicalização na Amazon também ultrapassa as linhas raciais: 71% dos entrevistados brancos, 83% dos hispânicos, 87% dos negros e 75% dos asiáticos disseram ser a favor.

A “Geração U” (“U” para "Sindicato", em inglês) – os novos rostos do movimento sindical nos Estados Unidos – é multirracial e queer. Essa geração de trabalhadores precários está disposta a apresentar batalhas coletivas contra os diferentes tipos de opressão que o capitalismo sustenta como forma de dividir os trabalhadores. Sua luta está inspirando trabalhadores de todas as gerações, de todas as raças, e em todo o mundo.

Os pedidos de eleições sindicais nos Estados Unidos aumentaram no primeiro trimestre de 2022, de acordo com o National Labor Relations Board (NLRB), com muitos promovidos por jovens ativistas em empresas como Starbucks e universidades em todo o país. No contexto dessa onda de sindicalização, que segue acompanhada de lucros recordes para muitas dessas empresas durante a pandemia, cada vez mais trabalhadores estão chegando à conclusão de que são essenciais, que movem o mundo. E essa consciência está alimentando aspirações crescentes pela melhoria das condições de trabalho, com cada luta se ligando às outras.

Enquanto apenas um em cada dez trabalhadores nos EUA hoje é sindicalizado, mais e mais trabalhadores estão percebendo que isso deve mudar. Faltando menos de duas semanas para o 1º de maio, os trabalhadores têm a oportunidade de se somarem aos apelos à unidade da classe trabalhadora, reivindicando a herança de um 1º de maio combativo e lutando contra todas as leis e táticas injustas que limitam esses direitos.




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