Seis meses após o início da vacinação pelo mundo, apenas 10 países concentram 75% das doses da vacina. Países mais pobres do mundo receberam apenas 0,2% das vacinas produzidas no mês passado.
sexta-feira 23 de julho de 2021 | Edição do dia
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com seis meses de vacinação iniciada no mundo, mais de 3,5 bilhões de doses foram aplicadas. Chama atenção porém nos dados divulgados pela OMS, Organização Mundial de Saúde, a discrepância na aplicação das doses.
Os países mais ricos do mundo concentraram a aplicação das doses. Enquanto alguns países já aplicaram sozinhos mais de 1 bilhão de doses, como a China, continentes inteiros, como o continente africano, não receberam 1,4% das doses totais aplicadas. Os países mais explorados pelo capitalismo, receberam ao todo somente 0,2% das doses de vacina, um número absurdo.
Após a China na sequência da aplicação estão as 418 milhões de doses na Índia e 339 milhões nos EUA. O Brasil aparece na quarta posição em números absolutos, com 128 milhões de doses aplicadas, equivalente a 17% da população atendida de maneira completa. Após isso vem a Alemanha, (87 milhões de doses e 48% da população atendida), Reino Unido (82 milhões de doses e 54% da população), Japão (74 milhões de doses e 23% da população), França (65 milhões e 42%), Turquia (64 milhões de doses e 26% da população) e Itália (63 milhões de doses e 45% da população).
A miséria capitalista e toda a sua ganância é capaz de relegar mais de 80% dos países do mundo em nome do lucro, provocando distorções como esta das vacinas. Esta distorção pode aumentar ainda mais com a perspectiva das aplicações de terceiras doses nos países considerados ricos, enquanto mais da metade dos países do mundo não teriam alcançado um número satisfatório de vacinados para as primeiras doses.