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LUTA E CULTURA | 5ª Edição RAP contra o racismo em Marília

segunda-feira 8 de junho de 2015 | 01:23

Há três semans ocorreu na escola EE Vereador Sebastião Mônaco - zona oeste de Marília - mais uma edição do Sarau "RAP CONTRA O RACISMO" que fez uma homenagem especial para Carolina Maria de Jesus, tendo como eixo do debate a resistência da mulher negra. Já na sua quinta edição, o sarau realizado em parceria com a Escola da Família e o Grêmio Estudantil, foi impulsionado pela Juventude Às Ruas da Unesp-Marília e estudantes independentes, tendo a participação especial dos professores da rede publica estadual do Professores Pela Base e de professores independentes do Comando de Greve de Marília.

A Preparação

No sábado (16/05) houve um debate-ensaio de preparação para o sarau, no qual aprofundamos uma importante reflexão entre as relações materiais de produção e as bases ideológicas do racismo no Brasil ("Teoria do Branqueamento" e "Mito da Democracia Racial"), o padrão de beleza racista e a história de resistência da mulher negra. O debate do qual participaram professores da rede e estudantes universitários, se estendeu para o ensaio no qual preparamos uma interpretação da poesia musicada de Victoria Santa Cruz "Gritaram-me Negra!", além de outras musicas e poesias. Após o debate-ensaio, na própria noite do sábado dia 16/05, houve uma intervenção na festa "II Reggae na Rootspara divulgar e convidar os estudantes da

Making off:

Intervenção de Chamado na festa da Roots:

O Dia do Sarau

Dandara. Zumbi dos Palmares. Panteras Negras. Sabotage. Malcon X. Terceirizadas da USP. Garis do Rio de Janeiro. As paredes da escola foram tomadas por faixas e cartazes que gritavam a história de resistência de negras e negros que, em geral, são apagados dos livros de história: começava o RAP Contra o Racismo! Foi montada uma instalação do "Quarto de Despejo" de Carolina de Jesus a qual estava repleta de imagens e trechos de sua poesia, que também se fizeram presentes sendo recitadas durante o sarau. Para a abordar o tema da crecente perseguição e ataques às religiões e cultos de matriz africana - ver artigo - foi montado uma espécie de congá com imagens de orixás e representações de entidades (candomblé e umbanda) para abrir o debate com os estudantes e comunidade. A professora Bruna Motta que compõe o Professores Pela Base e o Pão e Rosas afirma que "o racismo na escola se expressa por varias vias que vão desde as cotidianas ofensas ou ‘brincadeiras’ guiadas pelo padrão de beleza racista até extrema intolerância com as religiões de matriz afro. É absurdo ver os livros didáticos apagarem sistematicamente a história de resistência das mulheres negras que se organizaram e lutaram contra a opressão. Espaços como o RAP CONTRA O RACISMO são importantes para dialogarmos com estudantes e comunidade o quanto o tamanho da opressão é proporcional ao medo que classe dominante possui de que nós - negras e negros - nos afirmemos enquanto sujeitos de nossa história".

Os grupos de Rap da cidade Função 014, Expressão da Periferia e SBV (Sombras Balas e Vazios) marcaram presença no sarau, criando na Zona Oeste um interessante espaço de encontro do Rap em Marília a partir do Sarau. Alexandre - estudante de Ciências Sociais e militante da Juventude Às Ruas- relata que "A discussão que fazemos sobre o racismo e todas as formas de opressão que atingem negras e negros tem de romper os muros da universidade e se tornar carne nas periferias. Uma das questões bem importantes é necessidade de gritarmos um Basta! à cotidiana repressão policial e ao verdadeiro genocídio que atinge a juventude negra nas periferias desde de Baltimore (EUA) até o Argolo Ferrão (zona oeste de Marília)”.

Veja no vídeo alguns momentos do sarau:

O professor Diego Damaceno, que compõe o Professores Pela Base, comentou que “dialogar com os estudantes e comunidade sobre os motivos de nossa greve, que já dura mais de 70 dias, é fundamental para que todos compreendam que uma vitória nossa nessa batalha por melhores condições de trabalho e contra a precarização da educação é no fundo uma vitória de todos os trabalhadores”. Sobre o sarau disse ainda que “Nossa intenção é realizarmos os saraus cada vez com mais frequência e expandi-lo para as escolas da zona norte e zona sul. Vimos que a atuação conjunta de professores da rede, grêmio e movimento estudantil dá muito certo. Convidamos todos os professores e estudantes para acompanharem as atividades do Professores Pela Base e da Juventude Às Ruas e se somarem na construção dos próximo sarau que será no final de junho”.

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