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Justiça por Marielle e Anderson! | 4 anos de impunidade do assassinato político de Marielle, mais que nunca é preciso um caminho de luta por justiça já!

Mais um dia 14/03 que amargamos sem respostas sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson. Diante da ineficácia das investigações a pergunta entalada na garganta de todos segue latente: "quem mandou matar Marielle?"
Hoje, há exatos 4 anos, reforçamos o chamado a uma forte mobilização por justiça a Marielle e Anderson.

terça-feira 15 de março de 2022 | Edição do dia

Marielle foi morta na noite dia 14 de março de 2018, há pouco mais de um mês do inicio da autoritária intervenção federal no Rio de Janeiro, onde a própria chegou a denunciar os efeitos dessa intervenção poucos dias antes de sua morte, instituída pelo governo golpista de Temer e comandada pelo reacionário general Braga Netto, hoje ministro da Defesa de Bolsonaro e cotado como seu possível candidato futuro a vice-presidente e menos de uma semana após o dia 8 de março, dia internacional das mulheres, onde centenas de mulheres estiveram presentes nas ruas lutando por seus direitos.

De lá pra cá, passados 4 anos, do brutal atentado que ceifou as vidas de Marielle e Anderson, as investigações pouco avançaram. Pelo contrário, foram inúmeras provas “perdidas”, ou destruídas, mudanças de mãos, além de denúncias de interferências de todos os lados e o inquérito - mesmo com a prisão dos executores - segue tão longe quanto no primeiro dia, para a resolução desse crime, como viemos denunciando aqui.

Deixando evidente que após tantos anos a morte de Marielle, a 3° vereadora mais votada do Rio, segue sendo uma ferida aberta do golpe institucional, que só vem aprofundando ataques aos trabalhadores e setores oprimidos, como a aprovação da reforma trabalhista, que tem como exemplo, a morte também impune, do jovem congolonês Moïse, e seus assassinos também com envolvimentos com milícia.

Essa lentidão, e por que não incompetência do estado de identificar os assassinos e mandantes do crime só deixam evidente o caráter reacionário e racista desse Estado burguês podre. Que possui seus mil laços com as milícias, o crime organizado, e mesmo com pessoas diretamente implicadas no crime, que integram as fileiras da mesma polícia e possivelmente outras instituições que deveriam investigar o assassinato, buscando sempre não levar de fato à resolução do crime e à justiça e até hoje não disponibilizam a família a ter acesso aos autos da investigação!
Por isso, não podemos ter qualquer ilusão, que esta instituição racista e criminosa estruturalmente tenha qualquer interesse de resolver o crime.

Não somente isso, a certeza da impunidade garantida até o momento pelo estado e suas instituições, fortalece setores reacionários a seguirem se colocando numa ofensiva contra a memória de Marielle, mas também destilando todo o ódio que essa extrema direita sente das mulheres, negros e negras e Lgbts. Melhor exemplo disso vemos pela reeditação da foto dos bolsonaristas Rodrigo Amorim e Daniel Silveira, na semana passada, numa alusão a fotografia tirada em 2018 em que a dupla se orgulha de ter quebrado uma placa de sinalização com o nome da lutadora Marielle Franco. Esse gesto que ocorreu há poucos dias do dia internacional das mulheres, um dia marcado pela luta das mulheres trabalhadoras, demonstra mais uma vez, de que lado esses setores estão, e como atacam não somente a memória de Marielle, mas os negros e negras, mulheres e LGBTs que se enfrentam com esse sistema.

Diante da ineficácia das investigações a pergunta entalada na garganta de todos segue latente: "quem mandou matar Marielle?". E a cada dia 14 esse questionamento é retomado. Este ano, ocorreram uma série de intervenções artísticas com cunho político e institucional, e um festival organizado pelo Instituto Marielle Franco e sua família, no RJ, no Circo Voador com a presença de diversos artistas. Contudo, diante de tamanha brutalidade desse crime que segue sem resposta, frente a completa ineficiência com a qual são levadas as investigações que para nada são acidentais e apesar de várias iniciativas da família de Marielle, ainda não não há uma resposta a altura dos desafios que estão colocados para todos aqueles que defendem a memória de Marielle e tudo que sua morte simboliza, essa é parte das batalhas não dadas de Marcelo Freixo e PSOL para que essa data fosse marcada por manifestações em todo o país.

E é por isso que reforçamos que a luta por justiça a Marielle e Anderson precisa ser construída em ligação com as luta dos setores oprimidos, da juventude e dos trabalhadores. Este 14/03, após 4 anos sem respostas, com o aprofundamento da crise, que recai nas costas justamente dos setores que foram as ruas contra a morte de Marielle, deveria ter sido marcado por paralisações e atos de rua tal como os cursos de Serviço social e Geografia da UERJ fizeram em 2019.

Nós do MRT, que estivemos a frente dessa paralisação, buscamos dar esses pequenos exemplos de uma batalha pela mobilização e por uma investigação independente para garantir justiça. Não podemos confiar nas investigações tal como Marcelo Freixo e o PSOL fazem, alimentando ilusão nas investigações e na institucionalidade ao invés de construir um grande movimento que imponha justiça com a força das ruas.

Não é possível acreditar que a justiça para Marielle e Anderson virá de bom grado deste mesmo Estado, que conta com a conveniência do judiciário racista para garantir a impunidade dos assassinatos diários de jovens negros e pobres pela violência policial. Não podemos esperar passivamente por respostas dessas instituições que proposital e criminosamente intervêm nas investigações para livrar os culpados e garantir a impunidade para o assassinato de Marielle.

É preciso retomar uma forte mobilização, com mobilizações de rua e outras iniciativas, que, coloque contra a parede o Estado force outro rumo nas investigações, denunciando e combatendo fortemente cada sinal de uma tentativa de desvio. Ao mesmo tempo, não é possível atingir justiça apenas esperando e confiando ao mesmo Estado responsável pela morte o controle das investigações.

E no curso da luta, batalhemos pela conformação de uma investigação independente, e que lutemos para impor ao Estado que ele garanta as condições desta investigação, com a disponibilização de recursos, materiais, arquivos, etc para organismos de direitos humanos, peritos especialistas comprometidos com a causa, parlamentares do PSOL, representantes de organismos de direitos humanos, de sindicatos, de movimentos de favelas, e mais, para que estes possam, também, estar a par do que é conhecido e impedir o abafamento do caso.

Por uma investigação independente já!
Que a família tenha acesso aos autos da investigação!
Justiça por Marielle e Anderson!
O Estado é responsável!




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