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VAZAJATO | 30 juízes pedem investigação e possível expulsão de Sergio Moro da Ajufe

Magistrados da Ajufe solicitam a instauração de processo administrativo disciplinar conta o juiz Sergio Moro após os vazamentos de conversas deste para influenciar no processo da Lava Jato, escancarando o papel das distintas alas do autoritarismo judiciário como pilar do projeto do golpe institucional.

terça-feira 25 de junho de 2019 | Edição do dia

Nesta última segunda-feira (24) os magistrados que integram a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) apresentaram um pedido de instauração de processo administrativo disciplinar conta o juiz Sergio Moro, solicitando a exclusão do mesmo como quadro societário da instituição.

Para os solicitantes é necessária a realização de apuração interna nas investigações frente aos vazamentos de conversas feitas entre Moro e Deltran Dallagnol no processo da Lava Jato, divulgados pelo Intercept Brasil, pois no conteúdo destas a instituição (Ajufe) teria sido utilizada para fins políticos, para influenciar a opinião pública ou mesmo defender o mérito de decisões judiciais, sendo totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas. Desta forma, os requerentes solicitam a aplicação desta punição e suspensão das atividades associadas e participação de Moro na Lista Ajufe a partir do recebimento da representação e que assim fique até a investigação do caso, visto que a conduta verificada nos vazamentos, se confirmadas, comprometem a credibilidade da associação e do próprio judiciário perante a sociedade.

Como já havíamos colocado aqui o escândalo da "Vaza-Jato" abre uma crise política de grandes proporções, escancarando o papel das distintas alas do autoritarismo judiciário como pilar do projeto do golpe institucional. O posicionamento dos magistrados confirma o grau de profundidade do escândalo ao ponto da própria corporação querer se distanciar de Moro, tendo sua posição dentro da mesma ainda mais comprometida quando assume o ocorrido mas tenta apaziguar colocando não ser nada.

Esta solicitação nada mais é do que a tentativa de se distanciar do escândalo decorrente dos vazamentos e não tem nada de real imparcialidade do poder judiciário, visto que está casta vitalícia e privilegiada, tem um papel histórico de limitar ao mínimo a incidência da soberania popular nas democracias burguesas, baseadas justamente em defender a legalidade da propriedade capitalista. Nós do Esquerda Diário já havíamos denunciamos incansavelmente que o real objetivo da Lava Jato não tinha nada a ver com um suposto "combate à corrupção", que é inerente ao mecanismo político de um estado capitalista: pelo contrário, essa operação reacionária buscava substituir um esquema encabeçado pelo PT por outro com o rosto da direita, preparando o terreno para a penetração de monopólios imperialistas, a aplicação de uma dura agenda de contrarreformas neoliberais e uma série de privatizações, ataques num ritmo superior aos que o PT conseguia aplicar.

Para o real combate aos privilégios do regime e da oligarquia de juízes é necessário um que ataque justamente estas questões, defendendo que os juízes sejam eleitos pelo povo, revogáveis a qualquer momento e recebam o mesmo salário de uma professora e que os julgamentos por corrupção devem ser realizados por júris populares, abolindo os tribunais superiores.




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