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Polícia assassina | 27 anos depois da chacina e estupros na Favela Nova Brasília, RJ, policiais são julgados

A operação da polícia civil e militar matou 26 pessoas, nas chacinas de 1994 e 1995. Os policiais invadiram casas e executaram com tiros na cabeça pessoas desarmadas, além de cometerem estupro em 3 jovens.

terça-feira 17 de agosto de 2021 | Edição do dia

Apenas 27 anos após crimes brutais contra moradores da comunidade Favela Nova Brasília, teve início nesta segunda-feira (16) o julgamento por homicídios qualificados, no Tribunal do Júri, através da 1ª Promotoria de Justiça.

É simplesmente absurdo que apenas quase 30 anos depois os policiais vão a julgamento, inclusive um deles, Plínio Oliveira, acusado de estupro, morreu em 2018 sem ser julgado. Na operação estavam mais de 80 policiais, mas apenas 5 são réus: Rubens de Souza Bretas, José Luiz Silva dos Santos, Carlos Coelho de Macedo, Paulo Roberto Wilson da Silva e Ricardo Gonçalves Martins. Se condenados podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. Das 13 vítimas, 10 foram executadas com tiro na cabeça, de uma distância próxima, e mesmo assim os policias alegam “auto de resistência”.

Uma das testemunhas, que na época tinha 17 anos, conta que acordou com os tiros e que um policial invadiu a casa da sua amiga, onde ela também estava e agrediram com pedaços de madeira as três pessoas que lá estavam, além de estuprar as duas meninas.

Com absoluta impunidade, não diferente dos dias de hoje se lembrarmos a recente chacina em Jacarezinho ou de tantos casos de homicídio sobre as pessoas pobres e negras, seis meses depois da chacina de 1994, a polícia retornou na comunidade e matou mais 13 pessoas! Se não bastasse o massacre, retiraram os corpos das vítimas em caminhões de lixo antes mesmo da realização da perícia. E mais uma vez saíram impunes, com a justiça a seu lado. Nem os indícios de execução, tiros de uma distância muito curta, fez com que o MP deixasse de arquivar o caso em 2009. Em 2015 o caso foi novamente arquivado pelo MP, concluindo que não era possível identificar de onde saíram os disparos! Chega a ser repugnante o papel da justiça para defender os policiais assassinos.

A juíza que está tomando o caso é a Simone de Faria Ferraz, e ele continuará no dia de hoje.




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