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MARIELLE FRANCO | 2 anos sem respostas! Quem mandou matar Marielle?

Declaração do Quilombo Vermelho

sábado 14 de março de 2020 | Edição do dia

Imagem: Mário Vasconcellos/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Marielle Franco mulher, negra, lgbt e cria da Maré foi brutalmente assassinada em 14 março de 2018, Marielle lutava contra o racismo, machismo e lgbtfobia, militava também pelos direitos humanos e era contra a militarização nas favelas. Nesse período o país se encontrava no governo golpista de Michel Temer e no Rio de Janeiro as favelas cariocas estavam ocupadas pelo exército com a intervenção federal. Marielle enquanto uma militante dos direitos humanos sempre se colocava abertamente contra essa política racista e assassina do Estado, que reprime e mata os trabalhadores e a juventude negra nas favelas.

Após seu assassinato, as ruas do Rio de Janeiro foram tomadas por milhares e milhares de pessoas, exigindo respostas para esse crime político e justiça à Marielle e Anderson, seu motorista que também foi assassinado. São 2 anos sem saber que são seus mandantes, é uma ferida aberta do golpe institucional, uma resposta a uma nova correlação de forças à direita, que possibilitou que agentes do próprio regime assassinassem uma das vereadoras mais votadas do município do Rio de Janeiro.

Hoje o país se encontra no seu segundo ano político com o avanço da extrema direita na figura de Bolsonaro e Witzel. Bolsonaro tem sua agenda de ataques contra a classe trabalhadora e o povo pobre. Witzel no seu primeiro ano de governo bateu recordes de assassinatos dos jovens negros e pobres pelas mãos da polícia e cada ação é dada como uma grande vitória. Eles escancaram o que tem de mais cruel no capitalismo, um presidente submisso ao imperialismo norte americano e sedento pela retirada de direitos dos trabalhadores, avançou com a reforma da previdência reservando um futuro de miséria e exploração para a classe trabalhadora e a juventude. E Um governador que defende um plano de segurança pública de extermínio e violência na vida dos negros e moradores de favelas.

A falta de resposta das investigações é parte do avanço dessas figuras da extrema direita e de alas militares no governo, e também um alerta de que não podemos confiar nas forças repressoras do próprio estado para solucionar esse crime político que segundo as diversas linhas investigas relacionam políticos, milicianos e com suspeitas de envolver o Clã Bolsonaro. Por isso nós do Quilombo Vermelho, defendemos que só uma ampla mobilização pode impor com a sua força uma investigação independente. A única via de obrigar o Estado a chegar numa conclusão deste crime é garantir uma investigação independente que puna os culpados e mandantes. Não podemos ter nenhuma ilusão de que sem uma investigação independente, que trabalhe em paralelo e controle todo o processo, será possível chegar a alguma verdade. A investigação do Estado deve ser acompanhada e fiscalizada rigorosamente por uma investigação que seja independente, composta por defensores notórios dos direitos humanos, sindicatos, familiares, parlamentares do PSOL, movimentos sociais com todos os recursos, acessos e condições necessárias para acompanhar e fiscalizar a investigação da Justiça.

Batalhamos por uma grande campanha nacional por justiça a Marielle com chamado amplo e aberto para correntes de esquerda e do movimento negro para se somarem nessa luta, em várias universidades pelo país, construindo cotidianamente com os estudantes panfletagem, colagem de cartazes e passagens em salas de aulas, nas reuniões de organização do 8M desde inicio defendemos que no eixo central das mulheres exigisse justiça a Marielle.

As repostas desse crime só serão conclusivas com a força da organização e mobilização dos estudantes e trabalhadores impondo justiça por Marielle, junto a luta contra os ataques dessa extrema direita à classe trabalhadora, batalha que a Marielle também deu em vida. Que toda juventude negra e pobre que cotidianamente sente as misérias e as precarizações do racismo estrutural em suas vidas, se organizem com os métodos da classe trabalhadora, contra essa extrema direita, pela luta antiracista e por justiça a Marielle.

Infelizmente, por conta da crise econômica e política que se abriu mundialmente com o coronavírus, as atividade que seriam realizadas hoje por justiça à Marielle foram canceladas, mas isso não cala o grito que ecoa pelo mundo exigindo justiça e que pergunta quem mandou matar!




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