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Colapso na Saúde | 2 anos de pandemia e chegamos em uma nova onda sem nenhum preparo. É preciso contratações emergenciais para saúde já!

Com mais de dois anos de pandemia da COVID-19, voltaram a ser registrados aumentos desenfreados de contaminados pela doença no mundo. Acompanhando a nova onda mundial que bateu o recorde de 3 milhões de contaminados em 24h, o Brasil registra aumento de casos pela variante Ômicron. Surtos de contaminação atingem aeronautas, aeroviários, trabalhadores da saúde causando cancelamento de voos, superlotação e fechamento de prontos-socorros, situação que tende a atingir todas as categorias. O despreparo fruto da irresponsabilidade capitalista novamente leva à um colapso na saúde e quem paga são os trabalhadores e a população.

quarta-feira 12 de janeiro de 2022 | Edição do dia

[Foto de Antonio Rodrigues]

Mesmo após dois anos de pandemia e com mais de 620 mil mortos, a alta nos registros de contaminação por covid-19 no início desse ano vem acompanhada pela superlotação nas unidades hospitalares espalhadas pelo Brasil. Segundo dados das agências de imprensa, já são mais 34.215 novos casos conhecidos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Somente no Rio de Janeiro, registrou-se mais de 3.000 casos por dia na última semana. Um despreparo total diante de um perigo conhecido e para o qual já temos tecnologia para enfrentar, porém os capitalistas e seus governos seguem colocando os lucros acima de nossas vidas.

Apesar de grande parte da população já ter completado o ciclo de vacinação com as duas primeiras doses e inclusive a dose de reforço, que vem garantindo o não agravamento da doença, os postos de saúde e hospitais, principalmente os que realizam as testagens, estão em situação de superlotação, sobrecarregando o sistema de saúde e principalmente os trabalhadores e trabalhadoras que estão na linha de frente garantindo o atendimento e o acesso à informação para população.

Leia mais: Variante Ômicron já é responsável por 98,7% dos casos de Covid-19 no Brasil

Muitos especialistas já apontam que o sistema de saúde entrará em colapso nas próximas semanas em função do crescimento de contaminação por covid-19 que atingirá os profissionais da saúde. Isso porque, apesar dos 2 anos de pandemia, o serviço de saúde segue o mesmo, sem contratação de trabalhadores para cobrir os profissionais em quarentena – que na última semana foi reduzida para 7 dias e com a possibilidade de os profissionais trabalharem mesmo com risco de contaminar os colegas e pacientes.

Tudo isso é resultado de uma política que privilegia o desmonte do SUS para abrir mercado aos grandes empresários da saúde. Por isso, a preocupação não estava em planejar todas as medidas necessárias para enfrentar a futura onda de contaminações que se avizinhava e que dava mostras, meses antes na Europa, do potencial que teria. Além disso, os desvios de verba facilitados pela terceirização, dos cortes orçamentários para garantir o pagamento da trilionária e fraudulenta dívida pública com o capital financeiro, todo o negacionismo do governo federal e os ataques aos serviços públicos promovidos pelo Congresso, STF e todos os governadores, contribuíram para essa tragédia anunciada. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o orçamento federal para gastos emergenciais com COVID-19 foi de US$ 115 bilhões em 2020 e no ano seguinte foi reduzido para US$ 26 bilhões.

Como já apontamos aqui, era necessário desde o início da pandemia realizar contratação de todas as categorias de trabalhadores da saúde para fortalecer o sistema público de saúde e garantir o atendimento emergencial para os contaminados, assim como tomar as medidas de prevenção como a vacinação e testagem massiva permanente, única forma de organizar racionalmente a quarentena dos que estão contaminados evitando novas contaminações. Essas contratações permitiriam reabrir os leitos fechados em hospitais públicos, assim como ampliar a rede de atenção primária (UPAs, UBS, AMAs).

Ao invés dessas medidas que deixariam como legado um SUS mais amplo, os governadores optaram por abrir hospitais de campanha administrados por fundações privadas envolvidas em desvios de verba pública e com contratações tão precárias que vários trabalhadores da saúde tiveram atrasos nos salários ou ficaram diretamente sem receber. E agora, a proposta do governo é reduzir o tempo de licença médica para quem está com covid, forçando o fim precoce da quarentena dos contaminados, aumentando a chance de contaminação. Além de ser desumano forçar trabalhadores ainda debilitados a trabalhar com dor, doentes, em jornadas extenuantes diante desta nova onda.

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Frente a irracionalidade capitalista que leva à morte de centenas de milhares de trabalhadores é preciso unificar a população com os trabalhadores da saúde e todas as categorias para lutar por contratações emergenciais para ampliar a rede pública de atendimento, testagem e vacinação, colocando hospitais e UBS sob controle dos trabalhadores e usuários. Única forma de garantir condições de trabalho dignas para os profissionais da saúde e atendimento de qualidade e testes para toda a população.




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