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1000 DIAS SEM MARIELLE | 1000 dias que Mariele foi assassinada e não temos respostas

Marielle Franco foi brutalmente assassinada há exatamente 1000 dias no RJ, mas ainda não temos respostas sobre seu assassinato político e racista.

terça-feira 8 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Arte: Giovani Urio sobre divulgação

A falta de respostas sobre o assassinato de Marielle Franco diz muito sobre o atual momento político no país. A violência policial, as milícias, o autoritarismo da justiça, aumentam junto com a degradação das condições de vida, com o desemprego, a fome e a precarização do trabalho da população. São as mulheres, negros e negras os que estão na linha de frente disso que é produto de um regime golpista, que foi o próprio judiciário que conduziu até aqui, inclusive à vitória de Bolsonaro.

Marielle enquanto uma militante dos direitos humanos sempre se colocava abertamente contra essa política racista e assassina do Estado, que reprime e mata os trabalhadores e a juventude negra nas favelas. Desde o seu assassinato no dia 14 de março de 2018, dezenas de milhares de pessoas ocuparam as ruas do Rio de Janeiro. Em países como Argentina, França, Chile, houveram manifestações em seu nome, homenageado nas ruas e avenidas de samba pela Mangueira.

Retrospectiva 1000 dias: Veja as principais manifestações de luta por justiça à Marielle

Essa luta por justiça por Marielle e Anderson é uma luta contra esse regime do golpe institucional, pois se trata de uma ferida aberta do avanço autoritário, racista, que deu poder a Bolsonaro, o aumento da violência policial e das milícias, degradando também as condições de vida da população. Foram agentes do próprio regime que assassinaram impunemente uma das vereadoras mais votadas do município do Rio de Janeiro.

Só uma ampla mobilização pode impor com a sua força uma investigação independente. Vemos esse regime cada vez mais blindando as investigações, como quando arquivaram as investigações contra Bolsonaro. Acharam Queiroz, mas foi apenas para disciplinar Bolsonaro a favor da aplicação de ataques durante a pandemia. A justiça faz do caso Marielle um manete a favor do seu jogo político reacionário.

A única via de obrigar o Estado a chegar numa conclusão deste crime é garantir uma investigação independente que puna os culpados e mandantes. Não podemos ter nenhuma ilusão de que sem uma investigação independente, que trabalhe em paralelo e controle todo o processo, será possível chegar a alguma verdade. A investigação do Estado deve ser acompanhada e fiscalizada rigorosamente por uma investigação que seja independente, composta por defensores notórios dos direitos humanos, sindicatos, familiares, parlamentares do PSOL, movimentos sociais com todos os recursos, acessos e condições necessárias para acompanhar e fiscalizar a investigação da Justiça.




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