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Enchentes no RS | As empresas que lucram em meio à catástrofe da enchente no RS

Grandes redes de mercados e farmácias instaladas no Rio Grande do Sul, como Zaffari, Walmart, Panvel e São João estão lucrando ainda mais com a população buscando estocar mantimentos, mas também com compras de doações para abrigos. É preciso colocar toda riqueza produzida e movida pelos trabalhadores gaúchos a serviço das vítimas das enchentes e não dos lucros!

segunda-feira 6 de maio | Edição do dia

O Rio Grande do Sul é novamente atingido por um fenômeno climático extremo, consequência da exploração desenfreada dos recursos naturais pelo capitalismo no Brasil e internacionalmente. Estudos e alertas de pesquisadores e institutos de meteorologia não faltaram para que governos negligentes como o de Eduardo Leite prevenissem a catástrofe que já deixa mais de 115 mil desabrigados e diversos mortos e desaparecidos.

Diante do cenário de calamidade, é um absurdo que empresas que estão entre as mais ricas do estado lucrem ainda mais com a tragédia generalizada que atinge nossas famílias, vizinhos, amigos e colegas de trabalho. Entre as 100 empresas com maiores faturamentos no RS (da ordem de bilhões), gigantes do comércio local e internacional, como Zaffari e Walmart, vêm tendo as prateleiras esvaziadas pela população que corre para comprar alimentos e água, seja para uso pessoal ou para abastecer os diversos abrigos organizados espontaneamente para acolher as famílias atingidas.

A benevolência dessas empresas, apesar do caráter humanizado que buscam imprimir em suas propagandas, se restringe ao que não toque nos lucros: uma grande unidade do Zaffari em Porto Alegre, por exemplo, distribui a água da chuva que coletam e tratam para uso interno. Centenas de milhares por todo o estado estão sem acesso a comida e água potável, enquanto os capitalistas enchem os bolsos e fazem o mínimo para parecerem humanos. No segmento de farmácias, outro que vem sendo muito procurado por voluntários que se dispõe a realizar doações, só a Panvel sozinha declara um lucro de R$3,2 bilhões, enquanto levanta como iniciativa para ajudar os gaúchos desabrigados um “troco solidário” - ou seja, você gasta centenas de reais na Panvel bilionária para comprar doações e ainda tem a “oportunidade” de doar o seu troco. Por que esse segmento não está distribuindo medicamentos, como profilaxia contra leptospirose, e produtos de higiene pessoal aos que necessitam?

Outro exemplo indignante é o da construtora Melnick, conhecida na capital por ter a prefeitura no bolso e levantar empreendimentos de luxo desnecessários, contribuindo para que Porto Alegre possua 100 mil imóveis vazios mesmo diante do déficit habitacional anterior. Essa gigante, que declara faturamentos de 2,2 bilhões de reais, deveria estar colocando tanto seus apartamentos, como a infraestrutura, recursos e o maquinário de que dispõe, à serviço da população, assim como outras construtoras e indústrias gaúchas,

As ações de solidariedade espontânea organizadas pela população, sindicatos, escolas e outras entidades mostram que há vontade e força humana para enfrentar a situação que atravessa o Rio Grande do Sul. Nós do MRT e do Esquerda Diário, com a Juventude Faísca defendemos que é preciso erguer um plano de emergência para resgatar os atingidos e garantir abrigo para todos, indenizações para as famílias atingidas e um plano de obras públicas que recupere as moradias e garanta uma infraestrutura adequada para enfrentar as futuras chuvas que virão. Para financiar isso, é preciso lutar pelo confisco dos bens dos grandes sonegadores e empresários que lucram bilhões com o povo gaúcho, para liberar recursos imediatos para reconstruir o estado.




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